terça-feira, 8 de maio de 2012


Uma só vida, uma só corrida.
Tenho um amigo virtual, desses que só o facebook e o twitter nos proporciona. Um cara de uma sensibilidade ímpar à cerca da vida. Mas não se trata de uma simples amizade virtual, de seguir sua timeline apenas. O tenho como um mentor espiritual, uma pessoa cujo pensamento eu mais que respeito. Frequentemente em seu perfil no facebook ele publica algumas reflexões que tocam a minh’alma profundamente. Hoje publico um de seus textos que, profundamente instigantes, é capaz de acrescentar à espiritualidade de qualquer pessoa.
Já faz alguns anos que meu esporte é a corrida. Diariamente encaro as ruas de São Paulo tendo por companhia muitos carros, motos, cachorros e gente. Correr proporciona a possibilidade de ver a cidade por outros ângulos. Vejo pessoas falando alto sem interlocutor, mulheres chorando, homens aflitos no ponto de ônibus tentando voltar pra casa, crianças abandonadas, mendigos lutando pelo pão de cada dia.
Enquanto corro expulso demônios (calma, chamo de demônios algumas ideias que me invadem sem permissão) não aqueles que habitam as “regiões celestes”, expulso aqueles que estão dentro de mim, aqueles que, como bicho de goiaba tentam devorar partes preciosas do meu coração. Alguns dão muito trabalho, antes eu pensava que esses demônios eram bons de briga, descobri que a dificuldade em derrotá-los não é força que eles possuem, a dificuldade está no fato de que eu gosto deles, talvez porque eles me levam a projetar uma vida idealizada, pautada em todos os meus sonhos, esqueço que estou correndo, sinto que começo a flutuar, imaginando outra essa outra vida. De repente o demônio me empurra, se diverte com minhas ingenuidades e me coloca na vida novamente.

Horas depois chego em casa, com vergonha na alma, olho nos olhos da Carol, brinco com meus filhos e penso: “Pra que outra vida?”.

Descobri a razão de minha paixão pela corrida: eu sempre volto pra casa, pra vida, minha Vida.
Por Villy Fomin 


(Felipe&Nando)

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